segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mostra de Cinema São Paulo (Bollywood Dream)




















Bollywood Dream - O Sonho Bollywoodiano

Depois de O Caminho das Índias, novela que alavancou e divulgou a cultura e os costumes do povo indiano no Brasil, chegou a vez do cinema nacional dar sua contribuição tupiniquim com Bollywood Dream- O Sonho Bollywoodiano, dirigido por Beatriz Seigner, com um orçamento de US$20 mil, teve estreia neste sábado último na 33ª. Mostra de São Paulo, tendo no elenco a bela Paula Braum (Cheiro do Ralo), Lorena Lobato e Nataly Cabanas.

A diretora pega a carona do premiadíssimo Quem Quer Ser Um Milionário?, de Danny Boile, ganhador do último Oscar como melhor filme, porém a produção esquece do enredo, roteiro, montagem, fotografia, e o longa desanda, tornando-se uma decepção total para a plateia seleta que assistia estarrecida com a ruindade - para não dizer mediocridade -, desta frustrada tentativa brasileira/boolywoodiana.

A incursão de três atrizes pelos cafundós e becos da Índia, torna-se uma tortura para o espectador ter que assistir algo tão insosso, insalubre, inodoro e incolor. Sobrou até para a legenda, que entre tantos erros crassos, passou na tela por diversas vezes a palavra licença como "lisensa". Inacreditável que isso aconteça em pleno século XXI, com uma produção que se não teve maiores recursos poderia ter um cuidado melhor. Até parecia aquela música célebre do Zeca Pagodinho Deixa a Vida me Levar.

Há alguma similitude com outro filme de pouca verba e direção quase amadora, como A Bruxa de Blair (1999), que se destacou mais pelo inusitado do que pelas suas qualidades deficitárias e lamentáveis. Será que vai virar moda: ligue a câmera e deixa captar o que vem por aí, como ruelas, esgotos, crianças sujas, pessoas se lamentando da vida, rios imundos, cidade poluída, falta emprego, e vai mostrando e não mostrando, pois o ritmo desacelera, anda e para.

Cabe gizar que cinema não é só isso, faltou praticamente tudo no longa de Beatriz Seigner, que demonstrou garra e muita fibra para levar adiante seu projeto, mas parece que estava sozinha e sem apoio, com uma paupérrima equipe de produção. Um filme desastroso pelo conjunto e pela estética, sem emoção, conteúdo, arrastado, sem uma proposta razoável, sucumbe e torra uma ideia que poderia ser melhor elaborada e planejada.

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