domingo, 3 de maio de 2009

Valsa com Bashir














Valsa do Holocausto

O filme Valsa com Bashir começa com a descrição de um velho amigo do diretor e protagonista principal Ari Folman, relatando seus terríveis pesadelos que o atormentam seguidamente nas noites, em que 26 cachorros sanguinários o perseguem para devorá-lo. Porém estes sonhos o levam para lembranças da Guerra no Líbano, no ano de 1982, quando do massacre em Sabra e Shatila, onde ambos combateram e exterminaram centenas de palestinos inocentes, num holocausto protagonizado pelos israelenses, que surpreendentemente trocaram de lugar, passando de vidraça para estilingue.

É uma película de animação com desenhos bem elaborados e concatenados durante os 90 minutos que passam rapidamente. O povo judeu sempre esteve na posição de vítima, quando foram exterminadas milhões de pessoas pelo nazismo execrável do ditador Adolf Hitler.

O competente diretor Ari Foldman, filho de israelense, não poupa seus governantes em sua elogiada criação que concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, também apresentado no Festival de Cannes, neste documentário de busca incessante da investigação psicanalítica. Fica exteriorizado o massacre aos indefesos palestinos.

As alucinações dos pesadelos com os cães enlouquecidos são metafóricos aos desmandos tirânicos de governantes ensandecidos, como bem aparece nos fotogramas claramente no líder e então deputado na época Ariel Sharon.

A metalinguagem é evidente e provocativa, quando o filme gira do desenho para as imagens finais de cenas horripilantes do holocausto de um povo sem terra, assim como os israelenses outrora, diante da aparição de palestinos com seus corpos dilacerados. Antes, havia uma poesia nas imagens do mar e do céu, mas estas saem silenciosamente para dar autenticidade ao horror da armas e situações indesejáveis e refutadas, como a morte de crianças, jovens e velhos inocentes, executados por serem de uma raça considerada como inimiga, mesmo que para isso a barbárie prevaleça.

Cabe ressaltar a bela fotografia e a direção imparcial, sem pieguices, mas com um tom confessional evidente sem deturpações, claramente no norte da verdade, sem retaliações, mas com o propósito de esclarecer tudo, não deixando nada encoberto pela mentira, dando um basta para as versões políticas contraditórias e eivadas de sentimentalismos para encobrir os horrores da politicagem cada vez mais barata e desacreditada.

Assistir Valsa com Bashir é quase uma obrigação para se repudiar as diferenças raciais decorrentes dos conflitos milenares no Oriente Médio. É um relato cinematográfico com um único fim: chega de atrocidades, barbáries e holocauos; seja de que lado for.

Um comentário:

Cristina Borba Figueiró disse...

Sensacional! O Blogger é um sucesso! Adorei!! Parabéns Roni!
Cristina Figueiró