sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Janela




















Filme Bergmaniano

A Janela é um filme argentino, dirigido por Carlos Sorín, que se inspirou na filmografia de Ingmar Bergman. Trata da solidão, tempo e morte vivenciados por Dom Antônio, que está só, à espera de seu filho que mora no exterior há mais de 40 anos. Nos derradeiros momentos da vida do ancião, este se prepara para receber o filho que buscou sua vida como pianista fora do país.

Excelente reflexão sobre a morte e a velhice , embora o diretor pudesse ter avançado mais no tema. Foi seco e extremamente curto na abordagem, faltou-lhe mais ambição e inspiração. Ainda assim, um filme a ser visto, pelos seus diversos momentos de toque de classe, pela amargura e dor de seus personagens inspirados no mestre Ingmar Bergman, em especial no filme Morangos Silvestres.

Elenco enxuto, com atores realizando um trabalho correto e discreto, com destaque para o uruguaio Antonio Larreta com interpretação superior, no papel e Dom Antônio. Carlo Sorín é um confesso admirador de Bergman, bem como de Godard, Truffaut e Losey. Também não esconde sua admiração por Jorge Luís Borges, Chekhov e Casares.

A Janela, que dá o título ao filme, é uma metáfora da busca da liberdade, ao soprar o vento da morte. Sua luta incessante e incalculável pela reconstrução de uma nova vida é reconfortante. Sem nutrir nenhum sentimento ressentido com o filho que retorna ao lar, com sua namorada espevitada e fútil. Sorín que dirigiu os dois extraodinários filmes: O Cachorro e Histórias Mínimas, novamente brinda seu público, com um bom filme, embora inferior aos anteriores.

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